O avanço da agenda ESG no mercado de Rental

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*Por Eduardo Pires, diretor de produtos de Prestadores de Serviços da TOTVS
*Eurimilson João Daniel, membro do Conselho de Administração da Sobratema (Associação Brasileira
de Tecnologia para Construção e Mineração)

Nos últimos anos, empresas de todos os setores têm incorporado a agenda ESG às suas
estratégias de negócio. Seja por uma demanda da sociedade, ou por uma compreensão da
relevância do tema pelas próprias companhias, esta pauta vem instigando um novo olhar no
mundo corporativo, à medida em que as organizações passam a dedicar maior atenção para
o ambiente no qual estão inseridas e sua sustentabilidade. E assim, aos poucos as iniciativas
ESG passam a ser trabalhadas de forma mais racional, prática e efetiva no mercado.

Neste contexto, o setor de Rental, ou de locação de ativos, tem se mobilizado em diferentes
frentes com relação a este tema. Importante pontuar que o segmento está em pleno
crescimento no país e tem se destacado como uma importante atividade do setor de prestação
de serviços nos últimos anos. Para se ter uma dimensão, atualmente no Brasil existem cerca
de 50 mil empresas de Rental, sendo 10% destas empresas de locação de máquinas da linha
amarela. Além disso, 90% destes negócios são representados por PMEs, evidenciando um
número expressivo de empreendedores e gestores no segmento. Diante da importância que
vem ganhando na economia, o setor Rental pode – e deve – contribuir para a sociedade com
ações de sustentabilidade.

A começar pela própria natureza da sua atividade, o segmento de locação se relaciona
diretamente ao pilar ambiental, uma vez que seu modelo de negócio pressupõe a
substituição da fabricação de um novo item pelo aluguel de um ativo já existente, poupando
matéria-prima e outros recursos envolvidos nos processos fabris. É comum associarmos a este
mercado as empresas de locação de máquinas e equipamentos para a construção, indústria,
mineração e agropecuária. Contudo, o Rental vai muito além, englobando até mesmo itens
de telecom, equipamentos de segurança, roupas, etc.

O setor também tem desenvolvido outros projetos visando a sustentabilidade ambiental. Entre
eles estão iniciativas de reciclagem, como o reaproveitamento do óleo utilizado nas máquinas,
aliado ao descarte adequado da substância; ações de captação e reuso de água; uso de
equipamentos mais adequados para a preservação ambiental, como máquinas com dimensões
menores, por exemplo; geração e consumo de energia limpa; e, claro, investimento em
equipamentos mais modernos e tecnológicos, com funcionalidades que geram menor impacto
ambiental, como redução no consumo de combustível.

No que tange ao pilar social, a segurança e saúde dos profissionais tem sido uma prioridade
para o setor de Rental, a exemplo de uso de equipamentos com maior estabilidade, planejados
com engenharia mecânica e dispositivos de segurança; ergonomia e cuidados com a
movimentação operacional dos colaboradores; uso de EPIs; treinamentos orientativos
contínuos, entre outros. Além disso, iniciativas de diversidade e inclusão também têm
felizmente tomado a pauta do segmento, fomentada sobretudo por associações do setor.

Já no pilar de governança, é possível observar uma maior preocupação das empresas com
relação ao que chamamos de cidadania corporativa, ou seja, a maneira como as corporações
se envolvem e se relacionam com a sociedade, considerando os mais diferentes stakeholders

governo, clientes, parceiros, colaboradores e a comunidade do entorno. Neste ponto, estão
em foco temas como a conformidade com impostos e pontualidade com os contratos, além
de transparência e responsabilidade nos resultados, ética das relações e combate à corrupção.

Estas iniciativas são apenas alguns exemplos de uma gama de projetos que integram as
estratégias do setor no avanço da agenda ESG. Neste sentido, vale destacar que o uso de
tecnologia e dados é primordial para o progresso da jornada de sustentabilidade das
companhias, seja no desenvolvimento de melhores equipamentos, na produção de relatórios
e indicadores confiáveis ou mesmo na gestão da governança.

Apesar das evoluções, evidentemente ainda existe um amplo espaço para ser explorado
especialmente nas PMEs, uma vez que muitas vezes a falta de informações e de recursos
prejudica a execução efetiva desta estratégia nas organizações. Para que a agenda ESG tenha
êxito no segmento, é fundamental que o mercado atue de forma integrada, compartilhando
informações e fomentando discussões e boas práticas. Diante do potencial de crescimento do
setor no Brasil, o avanço da jornada ESG no segmento de Rental pode representar também
uma evolução da jornada ESG no país. O resultados são benefícios para todos – para o planeta,
para a sociedade, para os negócios e para o Brasil.

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