5G na Indústria: o impulso para transformar o chão de fábrica e potencializar os resultados

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*Angela Gheller, diretora de produtos de Manufatura da TOTVS

A quinta geração de rede móvel, o famoso 5G, está revolucionando diversos setores da
economia global, e a indústria não é exceção. No Brasil, um país com uma economia
diversificada e um setor manufatureiro relevante significativo, a chegada e evolução do 5G
promete trazer impactos significativos e transformar a maneira como as operações
industriais são conduzidas.


Segundo o estudo “Tecnologia 5G – Impactos econômicos e barreiras à difusão do Brasil”,
elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a rápida implementação do 5G
acrescentará R$ 81,3 bilhões no PIB potencial per capita de 2030, considerando a projeção
do valor (R$) do PIB de 2021 e o crescimento populacional estimado pelo IBGE, que
impacta diretamente na força de produção brasileira.


Avaliando o panorama do 5G no Brasil, levantei os principais pontos de atenção em relação
aos benefícios e desafios aos quais as indústrias brasileiras devem ficar atentas com a
evolução e expansão dessa nova geração de rede móvel.


Manufatura Inteligente


Já faz bastante tempo que falamos sobre Indústria 4.0 aqui no Brasil, mas a realidade é que
esse conceito ainda não é realidade para todas as empresas. Ainda encontramos muitas
indústrias que controlam o chão de fábrica de forma manual, por meio de planilhas e papéis.
Com a chegada do 5G, essas empresas terão ainda mais vantagens em investir em
digitalização da operação, já que poderão registrar e transmitir uma série de informações de
forma mais rápida.


A confiabilidade das informações – e consequente mitigação de erros – propiciada pela
digitalização somada à agilidade de transmissão de dados promovida pelo 5G permite à
liderança tomadas de decisões mais assertivas e estratégicas, impulsionando os resultados.


Conectividade em alta


Já mencionei o quanto a rede 5G permite ampliar a conectividade entre dispositivos. Estima-
se que uma rede 4G permite 100 mil conexões por metro quadrado, enquanto uma a 5G
possibilita 100 milhões de conexões por metro quadrado. Ou seja, uma ampliação em 10x
das conexões entre aparelhos, tornando os processos ainda mais inteligentes e rápidos,
aumentando ainda mais a produtividade dos negócios.


Esse cenário, sem dúvidas, pode ser um impulsionador do uso de Internet das Coisas (IoT)
na indústria nacional. A nova rede móvel permite melhor conexão e agilidade para a adoção
de sensores em equipamentos industriais que possibilitam a coleta e análise de dados em

tempo real. A IoT avançada facilita a monitorização das operações, manutenção preditiva e
otimização da eficiência, tudo de forma rápida e com baixa latência.


Mobilidade da operação


A evolução do 5G também poderá impulsionar outro aspecto que há algum tempo afirmo ser
fundamental para a modernização da manufatura brasileira e um dos pilares da Indústria
4.0: a mobilidade.


Na indústria, o conceito de mobilidade se refere à capacidade de gerir dados em tempo real
de onde quer que se esteja, o que representa um importante passo no avanço da
digitalização. Dispositivos móveis (smartphones, tablets, etc) já fazem parte do nosso dia a
dia, e é urgente que passem a integrar também a rotina da indústria no chão de fábrica.
Essa mobilidade apoia muito o processo de tomada de decisão, já que quando uma decisão
precisa ser tomada, basta acessar um dispositivo móvel, consultar os dados e executar
aquilo que é necessário, de acordo com a estratégia do negócio.


Automação sem erros


Relacionada ao último ponto, com a baixa latência da rede 5G, as operações de manufatura
podem ser automatizadas com ainda mais precisão. As máquinas podem ser controladas
remotamente e em tempo real, permitindo ajustes imediatos em caso de variações,
problemas ou até mesmo por uma necessidade de demanda. Essa possibilidade resulta em
uma produção mais consistente, rapidamente adaptável e mais rentável.


Segurança cibernética


Este ponto pode ser um desafio para diversas indústrias brasileiras avançarem em sua
jornada de transformação digital. Com o provável aumento no volume de informações sendo
transacionadas de forma rápida pelo 5G, a segurança cibernética precisa de uma atenção
especial, com investimento em medidas de segurança e proteção aos sistemas e dados.


Outro ponto relacionado à segurança é a capacitação dos times. Conforme a maior adoção
de tecnologias no dia a dia da indústria, é preciso que haja uma capacitação contínua dos
colaboradores quanto a utilização destas ferramentas. Quanto mais os funcionários forem
capacitados sobre toda a digitalização, mais seguras serão as atividades, ao mesmo tempo
em que melhor será o aproveitamento produtivo.


O investimento em tecnologia, beneficiado pelo avanço do 5G, proporciona ganhos não só
para os processos industriais, como também para os resultados do negócio. O uso ampliado
de tecnologia qualifica a produção, mitiga quebras e perdas financeiras, gera mais
competitividade e atrai investimentos. É uma evolução que favorece e potencializa toda a
cadeia nacional, elevando o patamar de eficiência e inovação da indústria brasileira.

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