*Por Eduardo Neubern, CEO da TOTVS TECHFIN
Não é exagero dizer que o Pix conquistou os brasileiros. Desde que foi lançado pelo Banco
Central em novembro de 2020, a modalidade de pagamento instantâneo vem batendo recorde
atrás de recorde, com aumento expressivo de adesão e uso. Em junho de 2024, já eram mais
de 765 milhões de chaves cadastradas, e média de mais de 175 milhões de transações por
dia. Além disso, somente no primeiro semestre do ano, foram registradas mais de 28 bilhões
de transações, o equivalente a mais de R$11 trilhões transacionados. Dessa maneira, o Pix
vem revolucionando a maneira como pessoas e empresas fazem e recebem pagamentos todos
os dias.
Um exemplo é o desaparecimento ou declínio de alguns meios de pagamento que antes eram
amplamente utilizados entre os brasileiros, como o extinto DOC, TED, o cheque, e até mesmo
o dinheiro em espécie. E nesta esteira das transformações, o mercado já está de olho no
impacto também nos segmentos de cartões de crédito e débito. Segundo um levantamento
da Federação Brasileira de Bancos, com base em dados divulgados pelo BC e pela Associação
Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito e Serviços (ABECS), o uso do Pix disparou 74%
em 2023 e chegou a quase 42 bilhões de pagamentos em toda a economia brasileira,
superando em número de transações as cobranças combinadas com cartões de crédito e
débito em cerca de 23%.
Ou seja, é fato que o Pix tem provocado transformações importantes na dinâmica do mercado,
e como ele segue se popularizando cada vez mais, novas mudanças devem vir por aí, apoiadas
pelos diversos benefícios como agilidade, segurança e conveniência, além de, claro, redução
de custos. Tomando um setor como exemplo, no caso do varejo, o pagamento via Pix tende
a ser um grande aliado, mais vantajoso do que pagamentos com cartões, uma vez que as
taxas de transações são mais baixas e o melhor: o varejista pode receber o dinheiro
imediatamente.
Essa popularização do Pix também é vista entre as empresas. Afinal, o mercado B2B possui
necessidades semelhantes às do mercado B2C e específicas, como por exemplo a conciliação
dos pagamentos. Por esse motivo, o ecossistema financeiro – incluindo atores como o BC, os
bancos, as fintechs e as empresas de tecnologia – tem desenvolvido soluções que facilitem
sua adesão como meio de pagamentos entre corporações. E assim o Pix tem se tornando cada
vez mais atrativo e vantajoso na jornada de pagamento entre fornecedores e clientes.
Assim como no caso das pessoas físicas, os benefícios são inúmeros. As empresas ganham
mais agilidade em sua gestão financeira, ampliam a oferta de opções de pagamento para seus
clientes, e ainda reduzem custos, aumentando a eficiência e sua competitividade no mercado.
E a tecnologia tem sido essencial para o desenvolvimento de soluções que facilitem a adesão
do Pix no dia a dia dos negócios. Hoje o mercado já disponibiliza, inclusive, inovações voltadas
para a integração desta modalidade de pagamentos ao ERP ou PDV da companhia, garantindo
uma gestão unificada dos pagamentos, conciliações automáticas e maior eficiência nos
processos.
A própria possibilidade de ter no boleto a opção de recebimento por Pix é mais uma alternativa
vantajosa para as empresas. Na prática, é permitir que o pagador tenha flexibilidade de
escolha e que o recebedor tenha mais agilidade no recebimento. Isso se reflete em maior
liquidez sem abrir mão de funcionalidades essenciais. A expectativa é que essa modalidade
ganhe espaço no mercado em setores nos quais o boleto ainda é muito utilizado, como no
caso de mensalidades escolares, condomínios, concessionárias de serviços essenciais, assim
como em pagamentos entre empresas. E, quando estão integradas ao ERP, facilitam as rotinas
de faturamento e contas a receber e eliminam processos manuais como troca de arquivo com
banco ou baixa de operações.
A tecnologia tem revolucionado o mercado financeiro em muitos aspectos e, sem dúvida, o
Pix conquistou o país, instituindo novas maneiras – mais simples, rápidas e acessíveis – de
pagar e receber. Neste contexto, é uma questão de tempo para que as empresas adotem o
pagamento por Pix para simplificar sua gestão financeira e se tornarem cada vez mais
eficientes e competitivas.